quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Aprendendo a criar mangás - Capítulo 1: Materiais


Yoo! Obrigado por visitarem o meu blog. Bem, hoje estou começando um "curso" prático e básico aqui no blog. Vou ensinar como desenhar mangás em casa, partindo da ideia até os processos digitais, tudo baseado nas minhas experiências.

Vou dividir em capítulos, que serão mais fáceis de serem achados se você clicar no marcador "Criando mangás", lá você vai achar todas as postagens relacionadas a isso.
Neste primeiro capítulo, vou colocar aqui alguns materiais necessários para se criar um mangá. Eu sei que nem sempre é preciso tudo que está aqui em baixo, mas quanto melhor seu equipamento melhor sairá seu trabalho.
Vamos lá!




O estúdio:


Quando as pessoas escutam a palavra "estúdio" pensam em algo super-grande, bem planejado e cheio de equipamentos. Talvez isso se aplique a um mangaká famoso, mas para um iniciante, o próprio quarto é o suficiente. Eu também trabalho no meu quarto e pra mim já é o suficiente.
Primeiro, é indispensável uma mesa, escrivaninha ou cavalete de pintura. Desenhar usando pranchetas ou semelhantes enquanto está sentado na cama é terrível. Procure enquanto desenhar, deixar o lugar iluminado e, se possível, desligue a TV ou qualquer coisa que tire sua atenção. Isso atrapalha muito. Na sua mesa tenha ao seu alcance tudo aquilo que precisar. Mantenha comidas e bebidas longe do papel, porque acidentes com isso são quase certos.


Materiais:


Aqui em baixo eu vou por uma lista dos materiais, alguns são necessários mesmo e outros são apenas opcionais. Vou colocar o preço, baseando-se nas pesquisas que eu fiz pela minha cidade para comprar.


Lápis
Absolutamente indispensável. O lápis é a "arma" do mangaká. Lápis são fáceis de achar e geralmente muito baratos, podendo ser encontrados em qualquer papelaria. Com ele você vai desde os esboços até o acabamento. Eu usou três lápis diferentes para desenhar e surpreendentemente eles continuam inteiros há muito tempo. Eu os chamo de Athos, Porthos e Aramis (os Três Mosqueteiros!). Nomear seus lápis facilita as coisas. Os lápis de desenho são classificados de acordo com a consistência de seu grafite:
H = Hard (Duro)
B = Brand (Macio)
F = Fine (Fino)
Athos é o meu lápis do tipo HB, que é bem fininho e eu uso somente para os esboços, porque depois fica fácil de apagar. Porthos é do tipo 4B, um pouco mais grosso e tem uma borracha na outra ponta (eu acho isso muito útil), e ele serve para os desenhos definitivos. E Aramis é um lápis escolar de escrever que eu não sei qual seu tipo de grafite, mas que tem um risco escuro e forte, então eu uso para contornar imagens maiores e de vez em quando fazer sombreado.
De vez em quando eu quebro uns lápis mais antigos que quebraram o grafite por dentro, para pegá-los e usar separadamente. É uma dica que vocês podem usar.
Preço: Lápis comum do tipo HB não devem passar de 20 centavos. Se forem de marcas famosas serão um pouquinho mais caro, mas se não for não quer dizer que serão lápis ruins. Lápis com outros tipos de grafite são um pouquinho mais caros, variando de 40 a 60 centavos.


                                                  Lápis 4B, Lápis HB


Borracha
Outro material muito importante. Existem muitos tipos de borracha. Eu usou duas borrachas diferentes. Uma delas é grande e apaga muito bem (eu digo que ela consegue apagar até almas!), eu a uso para apagar sombreados errados ou desenhos mais fortes. A outra é pequenina e fina, que eu uso para apagar linhas bem fininhas, para evitar o problema de apagar outras coisas só porque a borracha é grande.
Se a borracha ficar suja, lave-a esfregando bem e rapidamente seque-a com um pano. A pior coisa que se pode fazer e deixá-la secando ao sol (eu já fiz isso), porque a borracha endurece e você não vai conseguir mais usá-la.  Outra dica é que você pode cortar pedaços bem pequenininhos da borracha para apagar pequenos erros.
Preço: Borrachas de marcas não muito famosas não passam de 30 centavos. Agora se você quiser  uma de marca famosa ela pode passar de 1 real.




Lapiseira
Muita gente não gosta de usar lápis e então opta pela lapiseira. Ela não é menos ou mais útil que o lápis. A vantagem da lapiseira é que ela tem um risco muito fino e leve, que pode ser facilmente apagado. Você pode encorporar os traços finos da lapiseira como esboço, e depois complementar com lápis. Eu não gosto de lapiseiras, mas uso de vez em quando. Não se esqueça de manter um pequeno estoque de grafites, já que eles acabam muito rápido. E fique atento ao tamanho do grafite a sua lapiseira, porque há de vários tamanhos e às vezes eles ficam incompatíveis.
Preço: Lapiseiras são mais caras que lápis. Algumas consideras "fraquinhas" são mais baratas, rodeando o preço de 3 reais. Mas há algumas mais caras, chegando a mais de 10 reais. Uma caixa de grafites não deve passar de 2 reais.




Apontador
Outro item muito importante. Sempre que a ponta de seu lápis quebrar por completo, aponte-o até surgir outra. Agora, se o que quebrou foi apenas uma pontinha, use uma lixa para afiná-lo. Evite apontar os dois lados do lápis, porque isso vai fazer com que ele se acabe mais rápido. Evite também apontar seus lápis com faca, porque isso estraga a madeira da ponta e depois fica impossível usar um apontador nele de novo. Existem apontadores com lâminas trocáveis, que podem ser soltas retirando-se um simples parafuso. Opte pelos apontadores com coletor, para evitar sujeira sobre o desenho.
Preço: Apontadores sem coletor são mais baratos, chegando a 30 centavos. Já com coletores maiores devem custar cerca de 50 centavos. Algumas papelarias vendem lâminas de apontador separadas, que não devem custar mais que 15 centavos.




Réguas
Existem muitos tipos de réguas e todos eles são úteis. Réguas retas são indispensáveis na hora de fazer os quadrinhos e também em alguns desenhos (mesmo assim, procure não depender muito dela nos desenhos, adquira um traço firme e reto treinando bastante). Esquadros são bons para desenhar os ângulos dos quadrinhos. Exitem réguas arredondas que podem ser usadas quando forem exigidas mesmo.
Preço: Réguas comuns e esquadros devem custar de 1 a 3 reais.





Compasso
Eu não costumo e nem gosto de usar compasso. Meus círculos nunca saem perfeitos com ele. Eu prefiro usar minha mão mesmo. Use o compasso quando a situação exigir um círculo perfeito, o que é meio difícil de acontecer em mangás. Não se esqueça de ter certeza da abertura das pernas do compasso e deixe o parafuso de cima dele bem apertado, para evitar que a perna se abra sozinha ou alargue durante o desenho.
Preço: Um compasso simples deve girar em torno de 5 reais, já um mais resistente e de marca deve custar de 7 a 10 reais.




Caneta hidrográfica (Canetinha)
Esse tipo de caneta exige extremo cuidado. Seu risco é definitivo, impossível de se apagar e muito difícil de cobrir. Seu uso não é obrigatório, mas para quem quer contornar desenhos maiores ela é muito útil. A canetinha preta também pode ser usada para pintar os lugares da cor preta (embora eu prefira fazer isso na parte digital). Algumas canetinhas são vendidas em pacotes com doze ou mais. Mas como você talvez não vá usar as coloridas, somente a preta, faça como eu, compre separadas ou use as coloridas para contornar outros tipos de desenho. Cuidado ao usá-la, por que ela não é do tipo que seca imediatamente então qualquer esfregão com a mão ou outra coisa sobre um risco que acabou de ser feito pode borrar o desenho.
Preço: Um pacote com doze canetinhas coloridas não deve passar de 5 reais. Já com mais cores (20, 24, 32, ...) devem sair bem mais caro, já que somente marcas famosas fabricam deste tipo. Canetinhas pretas separadas custam em média de 50 centavos a 1 real.



Caneta cartográfica (Caneta de mapa)
São indispensáveis se você vai passar pela parte digital. Estas canetas são quase iguais as hidrográfica, mas tem a ponta bem fininha, da grossura de um grafite de lapiseira. Seu risco é bem fininho e perfeito para o contorno. Também tenha cuidado com esta caneta, porque seu risco também é definitivo e pode manchar. Elas não duram muito, mas se você souber usá-la vai conseguir se sair bem.
Preço: Existem canetas cartográficas de marca famosa que são maiores e mais enfeitadas que chegam a 6 reais. Mas há algumas que são mais simples, pequenas e de aparência menos coloridas, porém de eficiência igual na minha opinião. Elas chegam a valer menos de 2 reais.



Escova
É um material dispensável, mas se você tiver, ótimo. É uma escova comum, com cerdas leves e finas. Elas são usadas para limpar aqueles vestígios que as borrachas deixam depois de entrar em ação, pó de grafite ou restos de lápis apontados. Eu tinha uma, mas acabou que as cerdas começaram a cair e ela perdeu a utilidade. Se você não tiver uma ou não puder comprar, não há problema em usar a mão mesmo, mas cuidado com tinhas e contornos de canetinha, porque podem borrar. Ou pode-se também improvisar usando uma escova de dentes limpa.
Preço: Essa escova sai bem cara, custa de 10 a 15 reais.



Lixa
Como o nome diz, é uma lixa, que é usada para finar a ponta dos lápis ou alisar grafites quebrados. São dispensáveis também, já que você pode usar superfícies ásperas para fazer isso. Outra dica é usar lixas de unha, mas com cuidado porque elas são bem ásperas e podem pulverizar a ponta de seu lápis.
Preço: Custa de 7 a 10 reais.



Manequim
É um material dispensável. Consiste em um bonequinho articulado em vários lugares. Ele é usado como modelo para quando se for desenhar um personagem em posições diferentes. Eu não tenho nem tive um desse, porque é muito difícil de se achar e também é caro, então eu uso como modelo meus bonecos articulados de infância.
Preço: Gira em torno de 25 ou 30 reais.



Papel
Altamente indispensável. Na hora de desenhar um mangá você pode escolher entre várias opções de papel. Eu recomendo e acho mais fácil usar o sulfite. Use folhas brancas, de preferência sem linhas ou frufrus (aquelas coisinhas nas folhas de cadernos de menina, como ursos e flores). Para o desenho definitivo eu não recomendo o papel reciclável, por que ele não é completamente branco, então procure usá-lo nos esboços e testes.
Preço: Um pacote com 100 folhas de sulfite eu compro por 2 reais e 50 centavos.

Papéis de textura
Algumas lojas e papelarias vendem esse tipo de papel. Geralmente eles vem em caixas com vários tipos de texturas. É só você colocar este papel por debaixo do papel em que vai desenhar e passar o lápis. Pode ser usado para fazer o chão, folhas de árvores, etc... Como são difíceis de se achar, dá para serem substituídos por outros materiais com textura, como uma folha de árvore por exemplo.
Preço: Um pacote com diversas texturas custa em média 10 reais.

Prancheta
Para evitar que o desenho fique se arrastando enquanto você desenha ou que saia voando com qualquer ventinho, use uma prancheta. Geralmente são feitas de madeira e o grampo são ou de metal ou de plástico. Você pode anexar várias folhas a ela e deixá-las seguras em algum lugar. Evite usá-la para sair desenhando pela casa.
Preço: Normalmente, uma prancheta com grampo de plástico custa 3 reais e uma com grampo de metal um pouco a mais. Sútil diferença.




Caneta corretiva
O popular "errorex". Mas esse tem formato de caneta e uma ponta bem fininha. Eu costumo usá-lo para apagar os contornos de caneta hidrográfica. Mas não recomendo usar muito, porque estraga o papel, deixa ele cheio de relevos, então o melhor mesmo é tomar cuidado ao usar canetas.
Preço: Deve custar pouco mais de 5 reais.



Muito bem, chegamos ao fim do primeiro capítulo. A partir do Capítulo 2 vamos por a mão na massa!

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