Hermes Barolli - Eternamente Seiya
Conte-nos um pouco sobre como você começou na dublagem.
Sempre frequentei estúdios de dublagem desde criança com o meu pai e a minha mãe. Um dia passei na Álamo para vistar o meu pai (Gilberto Baroli) e me chamaram para fazer o teste para o garoto de Superman 4 – e acabei passando. Aí começou minha carreira. Em seguida, fiz o Kenta, um garoto da série do Jaspion, e dublei a maioria das séries japonesas que passaram pela Álamo: Changeman, Go Go Five, Spielvan, Flashman, Jiraiya, Maskman. Além disso, também fiz um seriado da Lassie na BKS, que passou na Globo depois.
Dessa primeira leva de personagens japoneses qual foi o que mais fez sucesso?
O Manabu, de Jiraiya, foi o que teve maior destaque.
Além das séries japonesas o que mais você fez nessa época?
Nessa época também fiz o Schroeder, do Charlie Brown, o desenho dos Tomates Assassinos, na versão para vídeo do Garfield fazia o Ovo e participei da Super Vicky. As crianças que apareciam nessa época eram praticamente feitas só por mim e pelo Wendel (Wendel Bezerra, o Goku, de Dragon Ball Z).
Mas você ficou famoso junto ao público com o Seiya…
Com o Manabu eu ganhei meus primeiros “fãnzinhos”, mas o Seiya foi minha primeira experiência em ficar conhecido, foi a primeira vez que eu senti esse “glamour” da dublagem. E veja só, isso já tem sete anos, eu tinha 18 anos, e o pessoal lembra até hoje. E isso não teria acontecido se não fosse pelo Seiya.
E como foi essa fase da explosão de Cavaleiros do Zodíaco?
Foi uma fase de ganhar uma grana extra fazendo locuções – tudo por conta do sucesso do personagem. Foi uma época muito legal: recebia muitas cartas, dei várias entrevistas, aumentou muito meu trabalho em dublagem, por que os clientes queriam os personagens principais com a voz do Seiya – chegou Samurai Warriors e pediram que que eu fizesse Héctor. Além disso, Cavaleiros rendeu três anos de trabalho pra gente.
Qual foi a sequência de Cavaleiros que mais ter marcou?
Foi logo a primeira cena do Seiya arrancando a orelha do Cássius. Na hora eu até falei para o meu pai, que dirigiu a série, que achava que aquele desenho não ia fazer muito sucesso por causa da violência, mas a gente não tinha noção do sucesso da série fora do país. Achamos que seria só mais um trabalho, mas depois vimos o que era Cavaleiros do Zodíaco. Mesmo assim, sabendo ou não se a série faria sucesso, ela foi feita com muito carinho desde o início.
Na época dos Cavaleiros, quais personagens japoneses você fez?
Nessa época também rolou o Biker, do Winspector, e depois dos Cavaleiros chegaram várias séries japonesas que eu também participei. Fiz o Héctor dos samurai Warriors, que era praticamente o mesmo personagem que o Seiya, fiz o Geo em Guerreiras Mágicas, também rolou Sailor Moon, onde eu fazia o Kelvin – e que deu pra “brincar” bastante com ele. Também deu para “brincar” com o Leiga, do Shurato, que eu fiz na Dubla Video.
O que você quer dizer quando fala “brincar” com o personagem”?
Quando a gente fala “brincar” significa deixar o personagem mais solto, mais natural. É diferente do Seiya, por exemplo, que era um cara mais quadrado, que tinha que seguir uma linha de conduta para dar o exemplo.
Na sua passagem pelo Rio de Janeiro, o que você dublou?
Fiz grandes trabalhos lá: O Resgate do Soldado Ryan, Now and Again, Nash Bridges, JAG e até brinquei de fazer Os Simpsons. Também dublei Buffy, Angel, Action Man, Diabolik e acabei de fazer a nova série do Homem Invisível para a Globo.
E de séries japonesas?
Dos japoneses fiz o Redford de Super Pig, o Joe de Digimon, Power Rangers e participei do longa Pokémon – O Filme 2000.
E como foi viver outra febre de animes com Digimon?
Para ser bem sincero, não rolou nada de febre de Digimon, não… Nem dá para comparar Digimon com o que foi Cavaleiros, acho que Digimon nem chegou perto do Manabu!!! (risos).
Mas você curtiu fazer o Joe em Digimon?
Fazer o Joe foi muito legal e é um personagem que devo ao Cristiano Torreão – ele abriu mão dele e me deu para fazê-lo. Na verdade eu tinha feito teste para o Matt e não passei.
Na época dos Cavaleiros o grande “rival” de audiência deles eram os Power Rangers e hoje você está fazendo os Rangers? Como é isso?
É fantástico! Eu sou o único que teve o prazer de fazer o Seiya em Cavaleiros e agora Power Rangers. Primeiro eu fiz um Ranger cinza, mas depois fiz o Vermelho, que é o principal. Outra coisa muito legal que fiz foi o Manda-Chuva para o Cartoon Network. Haviam chamado o Lima Duarte para fazê-lo, mas ele não quis e então eu acabei fazendo. Também estou fazendo o Shiga em Patlabor, ele não é dos principais, mas é um personagem cômico. Eu adoro fazer essas séries que os personagens fazem expressões exageradas e aí dá para você exagerar também.
Fonte: http://henshin.uol.com.br/2005/07/20/hermes-barolli-eternamente-seiya/
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